JORNAL PENA LIVRE

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
















PATINHO DE BORRACHA

Cadê os patinhos de borracha que deveriam ser distribuídos para as vítimas das enchentes que assolam alguns estados brasileiros?
É só o que resta aos pobres coitados que esperam há séculos ações do Estado para resolver problemas simples que todo ano aflige milhões de pessoas que é o excesso de chuvas no verão.
O problema entra ano sai ano, atinge edificações construídas em áreas de risco várzeas ou montanhas, pedaços de terra caracterizados como de preservação ambiental que, pela ausência total de planos diretores citadinos, provoca os terríveis cenários que estamos assistindo.
São reprises infames da ineficiência do Estado em resolver problemas causados pela sua própria inépcia.
Desde criança ouço a mesma música macabra: chuva, morte, destruição e o Estado rindo de tudo isso cobrando depois os impostos que todos temos que morrer para ver alagamentos e gente arrastada pelas águas.
Agora o corre corre vai começar.
Os prefeitos velozmente culpam São Pedro. Os governadores culpam os prefeitos e a má sorte de chover justo no verão como se isso fosse anormal.
O governo federal culpa a previsão do tempo que errou na contagem de quantos pingos cairiam de fato na zona A ou B.
Resta ao povo dar tchauzinho dos barcos improvisados para salvar-lhes a vida, às vezes capota de perua Kombi ou velhos entulhos que bóiam nas águas infestadas de descaso e vermes.
As autoridades aconselham os moradores das áreas de risco a se mudarem como se todos tivessem casas na praia para veranear e lhes servir de segunda opção. Patifaria à parte, as casas dos parentes seguem como alternativa maior ou escolas que abrigam famílias desalojadas.
A compensação de cheques e outros papéis dos bancos vai agora registrar as verbas que as autoridades vão disponibilizar em caráter de urgência para cima e para baixo, mas que acabam engordando contas correntes dos velhos patifes de sempre, aqueles que roubam merenda escolar, os que desviam a verba de catástrofes para colocar uma estátua nova na pracinha de bairro com intuito de faturar uns votinhos.
Desde o ano passado, muitos prefeitos responsáveis por municípios localizados em áreas de risco, estão sendo processados por desvios das verbas emergenciais, como por exemplo usar os recursos para viajar ao exterior com a desculpa de fazer intercâmbio internacionais de cidades candidatas às piores agruras do tempo. Não raramente terminando em pomposas festinhas na Disney que, afinal de contas, ninguém é de ferro.
Isso é o que mata. Não são as chuvas e sim criminosos como estes e outros prefeitos e governadores que incentivam a distribuição de verbas em condições emergenciais para manter o séqüito de patifarias em larga escala.
Tem exceção à regra? Tem, claro que tem. No meio de tudo isso tem gente fazendo a diferença. Mas são exemplos tão ínfimos, tão tímidos que nem é bom falar.
Nesse meio trágico de chuvas torrenciais, gente morta, casas destruídas, quem carrega o fardo mesmo são as próprias vítimas que se auxiliam mutuamente porque o estado lhes abandonou no momento de maior precisão.
Quando muito manda distribuir marmitas e colchões como se isso boiasse na água para salvar as vidas e os patrimônios dessas pobres vítimas.
O papel carbono em desuso atualmente é fundamental para definir onde e como as chuvas estão matando pelo Brasil afora.
Tudo é cópia do ano passado, do ano de 2010, 2009 assim por diante.
Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Os mesmos estados de sempre.
As mesmas áreas e os mesmos políticos sem vergonhas que matam a granel com sua ganância de usurpar verbas que seriam mais que suficientes para estancar as tragédias de verão. A mesma praça o mesmo banco....parece até música de Chico Buarque.
Tal como o infame programa anual, Big Brother Brasil, levado ao ar para trabalhar a consciência coletiva para efetivos controles das mentes desavisadas e despreparadas, vamos assistir mais uma vez, também anualmente, a mesma cantilena de gente perdendo tudo, casas levadas pelas águas, pontes e estradas arrebentadas e muita cara de pau dos políticos mandando entregar roupa e comida para gente que não tem mais nada.
E tudo retorna ao ponto inicial quando a mesma população, hoje em desgraça, votar novamente no mesmo político safado que só lhes traz desventuras e morte. O BBB da TV Globo ajuda nessa falta de percepção individual enquanto a macacada se diverte com um show de sexo, iniqüidades, palavrões, um verdadeiro palco de Sodoma e Gomorra.
O mais trágico é que no meio de tanta desgraça ainda vão aparecer os idiotas de sempre ligando para os paredões do BBB gastando em telefonia o que ia para matar a fome dos filhos.
Em 2013 vai ter mais. Bom mesmo nessa época é ser dono de funerária e casa de material de construção. Graças ao Estado trabalho não vai faltar para essa gente.
Pelo menos que o patinho de borracha possa ser descontado do imposto de renda.
De certo os interesses políticos em continuar o padrão de mortes, enchentes e votos que se observam hoje fornecendo combustível para os reais donos das áreas municipais, - as empreiteiras - e todo o mercado que as cercam, para que nunca venhamos a ter planos diretores capazes de estancar ocupações clandestinas onde o Estado corre depois das casas construídas em áreas de risco para implementar o mínimo de infraestrutura, quando o certo seria prover as áreas de futuras expansões urbanas com a prévia e completa funcionalidade dos serviços públicos de água, eletricidade, esgoto, transporte, asfalto e gás já devidamente instalados para permitir, nesse ponto, a construção de alguma coisa.
Vamos cavar muitas covas coletivas que a coisa está pegando foto.
Cadê meu patinho?
Ah me ajuda ai ô!!!!

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Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 06 de janeiro de 2011. Email: lopesmagno@gmail.com

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