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sábado, 11 de fevereiro de 2012














VIROU MODA NAS PASSARELAS

Parece que quando se anuncia uma tragédia outra vem no vácuo e curiosamente desastres de quedas de pontes convidam outras pontes a caírem da mesma forma, assim com o desabamentos de prédios, agora a nossa Gisele das passarelas da desgraça em cidades grandes.
Cai prédio aqui outro cai acolá.
Cabem aqui algumas perguntas que ainda estão sem respostas:
· Será que os engenheiros hoje são menos preparados e constroem porcarias frágeis e que desabam com o sopro do lobo mal?
· Os prédios comerciais ou não estão desabando por conta de obras desautorizadas e pessimamente planejadas/executadas?
· A fiscalização dos órgãos competentes é só para inglês ver?
· Os moradores e ou condôminos tem medo de denunciar obras que alteram estruturas pelos confins do Brasil afora?
· A indústria de cimento fabrica este elemento com falta de qualidade fazendo desabarem prédios como se fossem castelos de areia?

Os desabamentos dos três prédios do Rio de Janeiro e agora um em São Bernardo do Campo revelam uma sequência de pequenos desastres que somados colocam abaixo as construções soterrando vidas e esperanças.
Eventos desta natureza não acontecem por um motivo isolado. Há uma cadeia de ações e comportamentos consecutivos e interligados para que desastres como esses venham a se transformar em tragédias de difícil digestão.
Normalmente os desabamentos tem uma sequência lógica e comprovada:
1. Construções picaretas abaixo dos padrões aceitáveis mínimos;
2. Falta de manutenção flagrante;
3. Obras misteriosas realizadas por empresas de esquina ou de fachada;
4. Desleixo e descaso dos moradores e ou locatários;
5. Inexistência de fiscalização por órgãos competentes e habilitados;]

No corre corre de retirar corpos, enterrá-los e no choro das famílias as mesmas desculpas de sempre: não foi ele, não foi ela, ninguém viu, ninguém sabia de nada, construtoras se apressam a dizer que foi o Zé Ruela o culpado, quem sabe o pobre zelador que sem querer pregou o cartaz do seu time predileto na parede e fez tudo desabar.
O poder público coloca as mãos no bolso vira-se “des costas” e finge grotescamente que ele não participa da série de eventos desabadores que ceifam vidas. Culpam os elementos e o coitado do lobo mal que soprou muito forte a casa dos Três Porquinhos.
A cadeia fica livre, assim, de receber os verdadeiros culpados por um complô abafador do ruído e clamor das famílias enlutadas.
A pior desgraça, após o cortejo das mortes e o enterro das vítimas, é o insolente desprezo pela solução da coisa toda que deixa pessoas sem resposta, sem lei e sem o parente morto.
Ninguém toma pulso disso porque?
A gangue que age no solo das grandes cidades e que atendem pelo nome de construtoras, constroem ao longo dos anos relações incestuosas com o poder público que fornece a elas carta branca para brincar com o perigo.
De outro lado, os órgãos reguladores e fiscalizadores recebem sua parte na propina geral para dar alvará para castelos de areia que se vê em toda parte.
Somado ao descontrole de obras realizadas internamente nos empreendimentos ao arrepio da lei da gravidade como, por exemplo, retirar uma coluna de sustentação e imaginar que o resto se sustente por levitação, engenheiros de fundo de quintal calculando resistência de materiais sem saberem como fazê-lo..
Síndicos analfabetos de pai e mãe que permitem obras de risco e moradores que apostam na grandeza do Deus brasileiro e que tudo terminará bem.
Há sinais, entretanto, previamente aos desabamentos emitidos claramente por edificações que estão no bico do corvo como se diz na gíria: rachaduras, portas que não fecham indicando empenamento do solo, janelas que se entortam, estalos, barulhos da estrutura, balanços inesperados, trincas e infiltrações.
A moda de o brasileiro ir até a farmácia e se automedicar faz contraponto ao desejo de bancar o engenheiro e fazer aquela reforma não autorizada e não devidamente calculada no prédio, não muitas vezes confiando apenas nas palavras do pedreiro que tem mais tarimba de meter a mão na massa do que o pobre engenheiro e sua régua de cálculo.
Se eu deixar a imaginação correr velozmente posso imaginar quantas arapucas estão armadas neste momento, quem sabe no prédio em frente à sua casa.
Agora que a água fez o barco afundar as prefeituras das grandes cidades ficam como baratas tontas tentando achar um jeito de tirar o lombo da picada da injeção e criando mecanismos futuros de fiscalização. Sabemos que a procriação de órgãos dessa natureza em nosso país, cuja corrupção é pandêmica conclui-se ser apenas mais um caça níquel para enriquecer as burras de quem já ganha com os desabamentos.
Tem por trás desse esquema uma indústria da tragédia isso pode ter certeza.
Enquanto isso o trabalhador reza desesperadamente para a santa das causas impossíveis, Rita de Cássia, para ajudar porque pode ser que seja seu ultimo dia naquele prédio balança que um dia cai.
Quantas pessoas vão ainda precisar morrer para que alguém do poder público tome conta desse descalabro que virou uma verdadeira usina de provocar tragédias?
Desaba aqui e acolá, mata ali a granel, noves fora bueiros que explodem, restaurantes que vão pelos ares, ruas que desaparecem nas crateras que surgem do nada.
O espaço público só serve mesmo para dar de comer às empreiteiras que se divertem quando tomba uma edificação, sinal de ganhos amanhã.
Ah me ajuda aí ô!!


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Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 10 de fevereiro de 2012. Email: lopesmagno@gmail.com

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