JORNAL PENA LIVRE

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terça-feira, 16 de outubro de 2012



OS HERÓIS NÃO SE ESCONDEM
A menina da foto pode sugerir apenas uma linda e saudável garota entrando agora na adolescência, cheia de sonhos, alegrias e, quem sabe, imaginando um dia ser alguém na vida, ter seu próprio sustento, seus filhos, enfim, uma vida normal.
Tivesse ela nascido na Europa, nos Estados Unidos ou mesmo no Brasil bastaria a ela escolher seu caminho e planejar suas ações fazendo a hora e não esperando acontecer, aproveitando o gancho de uma música famosa.
O nome dela é Malala Yousefzai, uma paquistanesa que virou símbolo de uma guerra sangrenta contra o maior inimigo do poder da fé islâmica no mundo inteiro – o talibã ou taliban como preferem alguns.
O talibã é na verdade um movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se espalhou pelo mundo feito vírus mortal a partir do Afeganistão, sobretudo. Este movimento acabaria por governar o Afeganistão por mais de cinco anos, a partir de 1996.
Muitos países pelo mundo consideram o Talibã uma facção terrorista. Acho que é mais que isso.
É uma entidade satânica com um propósito apenas: martirizar seu povo, sacrificar almas e sonhos, matar vontades e desejos numa carnificina que ora faz sua infantil vítima.
Malala vinha sustentando uma luta quase inglória mostrando ao mundo, através de um jornalista inglês que, corajosamente resolveu cobrir sua história de dor e sofrimento.
Malala tem 14 anos somente. Nasceu e cresceu sob o manto do talibã que, entre outras coisas, prega a todo custo um rigor religioso extremo, criando na população paquistanesa e afegã o medo geneticamente inserido pela etnia pachtun que acabaria dominando o cenário pós-guerra do Afeganistão onde a antiga URSS levou sua surra “ a La Vietnã”.
Malala estava indo de um ponto A para um ponto B dentro de um ônibus semana passada quando um miliciano talibã abriu fogo contra a menina inocente ferindo-a quase mortalmente. Ao saber disso a família real dos Emirados Árabes Unidos, os Maktum, mandou imediatamente um avião ambulância resgatar a menina e sua família levados às pressas para a Inglaterra onde a família real árabe tem fortes conexões.
Malala por ora está salva. Sua recuperação demorará certo tempo, mas creio que será completa para que ela continue sua luta mesmo que a distância.
A menina mostrava ao mundo as dificuldades de ser uma pessoa do sexo feminino num regime dominado por bestas feras a mando de forças negras do mal. A infinita dificuldade de estudar naquele hediondo regime, de trabalhar e de ser livre.
As mulheres afegãs e paquistanesas são inferiores aos cães. A estes é dada a misericórdia humana, às mulheres o sabor da chibatada, o horror de ter que viver ao lado de endemoniados pregando rituais de morte.
O apedrejamento de mulheres por motivos torpes é cena comum naqueles dois lugares esquecidos por todos os países que tem vergonha na cara e que se dizem civilizados.
Basta apenas um marido mais aborrecido dizer que a mulher é adultera, mesmo não sendo, já basta para morrer com milhares de pedradas, morte não reservada nem para insetos.
Malala mostrou ao mundo a impiedosa destruição das escolas femininas, as inúmeras fogueiras patrocinadas pelo talibã queimando qualquer livro que não seja seu ritual satânico.
O mais idiota de tudo isso é pensar que isso é o mundo árabe como uma espécie de resumo do seu caráter. Nada mais distante da verdade.
Minha esposa e eu já pudemos sentir, num país árabe, recentemente, a essência daquele povo lutador, inteligente e querendo viver como qualquer outro povo no mundo desejando a paz e a felicidade deles e de todos os outros.
Árabe não é ensinando a matar como pensam os tolos.
O povo árabe de forma nenhuma pode ser confundido com o talibã, este sim um grupo assassino que não tem a nada a ver com o caráter árabe em si.
Parabéns a família Maktum que resgatou Malala e a levou para um país onde será tratada como ser humano digno que é, bem como sua família que igualmente foi ameaçada de morte logo após o atentado que vitimou Malala.
Se eu já tinha particular admiração pela família real dos Emirados Árabes, notadamente no emirado de Dubai, agora sou franco em dizer que para fazer o que a esta família real fez não é somente um ato de coragem, é um ato de fé. É um ato de acreditar que a saída não está na morte de Malala, mas na preservação de sua história que ganha um capítulo quase mortal.
Conheço a história do clã Maktum e posso afirmar que em nenhum momento este clã deixou de crer em valores sagrados da inteligência, da fé, do trabalho e da coragem de erguer um império onde outrora era um monte de areia, simplesmente acreditando que dava para fazê-lo.
Senti vivamente nos Emirados Árabes que a essência daquele povo reside na alegria de viver, apreciar coisas simples como uma xícara de chá com os amigos em volta e fumar cachimbos com tabacos perfumados.
Em nenhum momento vi qualquer ato hostil, mesmo nas partes baixas da cidade com mais misturas étnicas, inclusive indianas e iranianas sabidamente antagônicas.
O risco da família real agora é certo. Comprar uma briga com os doidos do talibã certamente não faz bem à saúde. De certo uma tentativa de apagar da memória seu apoio à criação do estado talibã em seu primeiro momento.
Malala pode agora sonhar tranquilamente, vai realizar seu desejo de ser doutora, de curar o enfermo e de ter orgulho de ser uma paquistanesa de valor.
Que ela nunca se esqueça dos que ficaram para trás, que lute firmemente para, quem sabe um dia, conclamar o mundo árabe a colocar ponto final na facção nazista fascista que jamais deveria ter existido.
Finalmente, não vamos esquecer que o talibã nasceu no embalo norte americano na guerra do Afeganistão quando a Cia e o governo do Tio San armou milícias talibãs para combater os russos que invadiram aquele país numa misteriosa operação chamada Ciclone.
O talibã recebeu imensa carga de adrenalina quando virou alternativa de governo no exato instante em que tomou Cabul na guerra russo-afegã, colocando uma pá de cal na tentativa de Moscou de dominar a área para apoiar o regime marxista afegão.
De novo o efeito colateral entre os universos americano e russo colocou na têmpora de Malala uma bala que quase a matou.



















Um comentário:

  1. NOS ANOS 80 USEI UMA FRASE NO LAMEIRÃO DO MEU CAMINHÃO - AMERICANOS E RUSSOS O GRANDE CÂNCER DO UNIVERSO-ESTAVA COM A RAZÃO. ESSA MISÉRIA DE TALIBÃ FOI CRIA DOS AMERICANOS PARA COMBATER OUTROS MISERÁVEIS RUSSOS.

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