JORNAL PENA LIVRE

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terça-feira, 21 de maio de 2013

                 A COXINHA DA REVOLTA

Coxinha de frango fresca e crocante. Quem não gosta não? Essa iguaria tem origem no século XIX na grande São Paulo à época da grande industrialização.
Para quem não sabe o delicioso salgadinho é feito de massa de batata depois se passa na farinha de rosca e é frita em óleo bem quente. Experimentem.
Claro que este texto não vai ser devotado à culinária. Bem que eu queria, ao invés de falar das mazelas brasileiras, conversar sobre comida, sobremesa e bebida.
O fantástico salgadinho a que me refiro não é feito de batatas, mas de um cartão plástico, com tarja magnética e recebe o nome de bolsa família que eu carinhosamente apelidei de vale coxinha.
O vale não foi invenção do partido dos trabalhadores. Maldosamente a agremiação tomou posse de sua receita feita ainda na época do governo de Fernando Henrique Cardoso, portanto o PSDB.
O pai Fernando não sabia que estaria criando um divisor de águas.
Há alguns que correm defender a distribuição de dinheiro desta forma como atendendo a uma ideia de dividir riquezas.
Nesta semana, não se sabe de onde, um boato começou a circular que a bolsa iria acabar. Foi o estouro da boiada no pasto.
Milhões de pessoas saíram se pisoteando e passando uma em cima das outras para disputar uma vaga na fila do banco para receber e iguaria, digo a verba da coxinha.
Mais se pareceu a mim um filme da grande escapada de Saigon no final da Guerra do Vietnã.
Os bancos ficaram absolutamente entupidos de gente querendo sacar a grana e o tumulto foi geral. Foram comuns agências com quase tudo quebrado com a horda triturando o que havia pelo caminho em busca das moedas.
Triste. Uma cena de inferno de Dante.
Escrevi há muito tempo atrás que um dos piores males brasileiros foi criado no bojo dessa ideia da famigerada bolsa família, que na verdade, busca distribuir riqueza de uma forma totalmente ineficaz e estúpida.
Cria-se uma geração de parasitas de fato e de direito. O pasasitarismo é fomentado no momento em que nada se exige em contrapartida.
Dá-se a grana para gastos livres.
Não muitos os casos o pessoal gasta o dinheiro na primeira mercearia da esquina comprando pinga e cigarros como eu já vi várias vezes. Relatos de muitas pessoas dão conta que o vale coxinha é de fato um máximo acelerador de partículas quando o assunto é álcool e fumo.
Num país onde o consumo de cachaça é maior que leite de vaca dá para imaginar a festança do boi que é a data da liberação dos pagamentos. Os bares e botecos agradecem.
Conheci uma comunidade pobre de Piracicaba, o bairro Ondinhas algum tempo atrás.
Percebi no local que um frenesi toma conta das comunidades quando o assunto é gastar a bolsa família. O papo corrente é quanto daria para comprar em cigarros e bebidas.
Lamentável.
O governo distribui pão e dá-lhe circo ao invés de distribuir vale cultura, vale segurança, vale saúde e vale vergonha na cara.
Afirmei aqui várias vezes que o povo só se revoltaria de fato com o fim da mamata dos vale isso e aquilo ou quando faltasse força no meio do show de horrores chamado Big Brother Brasil, o BBB.
Faltou pouco para uma convulsão civil.
O governo paquidérmico demorou uma eternidade para acordar para a boataria do fim dos vales coxinha. Qualquer moleque que estivesse no ar nas odiosas redes sociais perceberia o zum zum zum que o governo só percebeu quando tinha virado pandemônio.
O PT ferozmente culpou de imediato a oposição. Teve ministra apontando o dedo para os partidos que não recitam o amém palaciano. O circo Veneno e Dalila viraria, então, para um show pirotécnico completo, fora dos palácios o povo foi no braço tentar sacar o dinheiro, enquanto as autoridades se esbofeteavam tentando achar um Judas.
Que vergonha!
Jamais imaginei ver Saigon ao vivo na TV.
O parasitismo do vale coxinha cede lugar ao completo estado de torpor em que o povo se encontra narcotizado pelo crime organizado que atira somente para ver cair a vítima, paralisado pelo atendimento de campo de concentração nos hospitais públicos, anestesiado pela totalidade de falta de perspectiva educacional e um futuro de hordas dispersas querendo ser povo.
Tive medo de ver a coisa sair de controle e alcançar as ruas, foi perto demais de uma carnificina.
Exagero?
Tente tirar a raiz que sustenta a planta parasita para ver que até a árvore hospedeira poder morrer.
O vale cozinha está seguro enquanto houver interesse em mantê-lo para conseguir voto em troco de um salgadinho frito.
O mundo está cheio de boas intenções, bem como o inferno.
O povo vive neste inferno e parece gostar vai fazer o que não?
O dia em que alguém inventar a distribuição de vale coxinha através de educação e a criação de um fenômeno de autodesenvolvimento individual ai sim não teria mais vontade de me mudar para Tokelau. (Nova Zelândia).









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