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domingo, 27 de abril de 2014

PIRACICABA NO MAR DE LIXO

Como cidadão autêntico Piracicabano, tendo nascido neste município fundado em 1776 quando a capitania de São Paulo decidiu fundar um povoado que servia de apoio à navegação do Rio Tietê, cujas embarcações desciam com destino ao Rio Paraná.
Sinto-me confortável para apontar pontos altos e baixos da cidade frente ao seu desenvolvimento urbano que se acelerou acentuadamente nos idos dos anos 90 do século passado.
O crescimento desordenado da cidade trouxe inconsistências de planejamento citadino devido aos conflitantes interesses econômicos e imobiliários digamos, dos “donos” da cidade. Pessoas, empresas e órgãos públicos que pensam que compraram na padaria o imenso lote do município nos seus exatos 1.376,90 km², incluindo as zonas urbana e rural.
Criamos, em vista disso, dois universos distintos: um de bairros tradicionais e outro composto por bolsões de condomínios de luxo espalhados pela cidade.
Por si só a distinção dos dois complexos sobrevivendo num mesmo espaço traz complicadores políticos de peso: naturalmente a preocupação política fica reduzida aos ninhos de altos impostos pagos pela ocupação urbana dos chamados bolsões de luxo e recebem do poder público uma atenção desmedida e injusta. O resto fica ao Deus dará.
Algumas outras questões acabam sendo mais democráticas pelo atingimento global de seus efeitos colaterais. Já não é de hoje que Piracicaba é uma cidade estufada com uma frota de veículos acima do que lhe é permitida oferecer em termos de estacionamentos, novas vias de trânsito, acesso e fiscalização.
As montadoras cumprem sua parte em vender cada vez mais unidades automotrizes e o poder público, especialmente a Prefeitura Municipal de Piracicaba, cumpre de menos sua função lógica de equacionar os problemas surgidos na malha viária piracicabana.
A nossa cidade figura na macro região metropolitana desde Vinhedo, Valinhos, Nova Veneza, Nova Odessa, Santa Bárbara, Americana, Campinas, Hortolândia, sendo a pior no quesito conservação de malha viária, expansão, modernização e planejamento.
Vamos exemplificar. Todas as nossas entradas rodoviárias que dão acesso às cidades vizinhas estão em situação de miséria.
Em termos de situação vergonhosa classifico a entrada de Tietê/Rio das Pedras como sendo a pior. O trevo ao lado do terminal urbano rodoviário da Paulicéia, dando acesso a estrada para Tietê, Rio das Pedras, Laranjal Paulista e o bairro Campestre é de causar espanto e nojo.
A Avenida Raposo Tavares, que une os bairros de Vila Cristina, Ibirapuera, Itapuã, Monte Líbano, Jd São Paulo está em condições terminais não sendo mais permitido trafegar em sua totalidade acima de 30 km/h sem quebrar totalmente o veículo. Movimento intenso dos dois sentidos sem marcas de separação de pista, com ondulações terríveis, especialmente na parte próxima ao bairro Paulicéia, bueiros quebrados, ilhas de cimento destruídas faz a Avenida parecer uma zona de guerra.
As saídas de Rio Claro e Limeira, igualmente vias de trânsito intenso não recebem a devida atenção, estão mal conservadas, não tem fiscalização policial alguma permitindo assaltos e pequenos sequestros.
No bairro do Areão a situação das ruas secundárias e terciárias é calamitosa, buracos, ondulações terríveis, bueiros quebrados e constante cheiro de esgoto.
A Vila Rezende igualmente sofre com as ruas secundárias próximas a Dona Santina, Barão de Serra Negra e Dona Francisca.
De quebra Piracicaba foi condecorada com a peça que faltava no quebra cabeça do abandono do poder público: a greve dos catadores de lixo.
Ontem a noite fiz um tour pelas ruas de Piracicaba e pude constatar que toda a cidade está tomada por lixo orgânico de toda sorte trazendo doenças, o aparecimento de mosquitos, um exército de baratas e ratos.
Algumas áreas estão sujas, emporcalhadas com mato tomando conta de tudo como é o caso da curva do S na Av. Armando Sales próximo a Rua Saldanha.
A pista da Armando Sales nas imediações das Ruas: Regente, Voluntários apresenta calombos enormes e outro dia um buraco de dimensões bíblicas apareceu próximo aos Correios na Av. Armando Sales.
De outro lado, entretanto, os motoristas contam com a ajuda de muitos “pardais” pela extensão da mesma importante Avenida e multas são lavradas a granel, especialmente os nevrálgicos radares das Ruas Regente e Voluntários.
Acredito haver entre os motoristas piracicabanos raras exceções a esses dois radares que ali foram montados para servir de banca no cassino das multas piracicabanas.
Tenho amigos de outras cidades que deixaram de frequentar Piracicaba, pois temem que seus carros quebrem em tantas ruas esburacadas, mal conservadas e outras plenamente abandonadas.
Pergunto o que faz a Prefeitura com um orçamento anual da ordem de R$ 1,465 bilhão de reais?
Gasta tudo isso com funcionários? Gasta tudo com os nobres vereadores cuja utilidade, salvo algumas exceções de honra, não nos serve para nada?
Porque tanta demora em dar mais alguns tostões para os catadores de lixo para encerrar essa maldita greve?
Consta que os vereadores deram seu último aumento salarial em menos de 20 segundos!!!! Eu vi na Tv aberta que transmite as sessões da Câmara.
Pergunto a todos. O que é mais útil para nós cidadãos? Engravatados perfumados do poder público ou nossos lixeiros que deviam ganhar tanto quanto os mais altos cargos do município?
Estou envergonhado de ser piracicabano. Desde que aqui nasci nunca me sinto tão deslocado numa cidade em processo de abandono.
A Praça Jose Bonifácio, outrora um lugar de convívio, onde crianças brincavam, os casais davam-se as mãos para passear e conversar hoje é uma zona proibida tomada pelos mendigos que fazem sexo a luz do dia nas touceiras próximas aos monumentos. Este local público virou espaço predileto de bandidos em formação acadêmica, uma praça infestada pela revoada sem controle dos pombos que defecam em larga escala nos bancos, nos marcos e nas cabeças dos que ali passam a pé. Bancos que servem apenas para poleiros dessas fedorentas e odiosas aves urbanas que transmitem mais doenças que ratos de bueiro. Nada se faz. Ao que parece existe um complô urbano para procriação dessas usinas de fezes voadoreas.
Noves fora nada o palanque dividido entre horrorosos grupos de música gospel e bandas musicais de gosto duvidoso que transformam o local às quartas-feiras e sextas-feiras num ambiente semelhante a um hospício, muitos decibéis e melodias cavernosas.
Se a intenção é acabar com Piracicaba como centro cultural regional, polo de desenvolvimento econômico e colocar um carimbo de vergonha na cara dos piracicabanos a Prefeitura está no caminho certo.
Parabéns. O que será que vem por ai? A bomba de nêutrons?











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