JORNAL PENA LIVRE

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quinta-feira, 13 de novembro de 2014


NÃO TEM MAIS ARGUMENTO

Antigamente havia uma frase que dizia assim “contra números não tem argumento”. Dois mais dois são quatro. Ponto final. Podemos ficar discutindo durante milhares de anos e a conta será a mesma.
O governo de Dilma utiliza muito da figura do Pinóquio e seu nariz que crescia a cada mentira contada.
Quando afirmo que o Brasil está num mato sem cachorro, economicamente falando, logo recebo artigos inflamados,  porque falar sobre a trágica condição econômica brasileira virou sinônimo de ter sido contagiado com o vírus do Ebola.
Detalhe aos queridos leitores. Nada do que vai ser escrito aqui estará ausente de fontes fidedignas, confiáveis e de conhecimento geral.
Permitam-me fazer um apanhado lateral antes de acertar a mosca na cabeça.

Produção Industrial no Brasil

A produção industrial do Brasil tem uma fisionomia relativamente diversificada, porém ainda usando fraldas no sentido de estar cuidando da especialização em setores intensivos em recursos naturais e com quase nenhum movimento à frente, rumo à sedimentação de cadeias produtivas com produtos de maior complexidade tecnológica, portanto, mais valor agregado.
Por dedução, se esta mazela não for revertida, a contribuição do setor industrial para o real crescimento da economia deve, fatalmente, se reduzir num futuro bem perto de nós. Com isso a consequente redução do potencial de crescimento dos números micro e macro econômicos como um todo.

Um pouco de história geral.

O processo de industrializar o Brasil começou no meio da década de 1950 até os anos 70 do século XX, principalmente substituindo as importações. O comboio era motorizado pelo Governo Federal, mas somava-se a isso uma grande parcela de capital estrangeiro.
De forma que, houve, assim, uma transformação acentuada industrial no país nos 30 anos após o fim dos combates da Segunda Grande Guerra. O desempenho era considerável e enorme como a China alguns anos atrás, os números desse crescimento eram bem robustos frente aos outros países que estavam praticamente no mesmo patamar.
Houve alguns fenômenos para explicar a industrialização brasileira e posso destacar:
1.    O processo de industrialização no Brasil contabiliza-se aos fortes estímulos à produção, notadamente frente às grandes dificuldades no comercio internacional e a uma política interna com feição expansionista;
2.    O parque industrial crescia agregado com o volume das exportações que ora cresciam, ora decaíam;
3.    Este fenômeno deveu-se em muito a uma indústria voltada para uma economia agrícola de exportação;
4.    Uma proteção brasileira à indústria interna acelerou o processo industrial;
5.    Notava-se certa subordinação hierárquica da dependência da agricultura em relação à indústria.
Bom até aqui tudo bem?
O degrau inicial do desenvolvimento industrial e de gerência aconteceu em regimes governistas que pregavam o populismo, donde vieram muitas formas paternalistas nas relações do capital, trabalho e governo.
Nesse momento o Brasil adota a ditadura.
Apareceram formas diferenciadas de gerenciamento da produção, e o tempo identificou-se de forma extremamente polarizada no fordismo clássico.
Ou seja, aumentar a produção, eficiência, baixar os custos e com isso provocar um barateamento do produto final ao consumidor.
O sistema se retro alimentava de forma que muitos pensaram que ali residia o segredo da coisa toda.
O processo de democratização nacional na década de 80 do século XX, o padrão mudou. Havia agora uma modernização correndo em linha paralela, mudanças nas economias mais avançadas do mundo e um sistema de preços mais maleável.
Nesse ponto o mercado de exportação ficou como sendo a bola da vez e estimulou a modernização tecnológica e do regime organizacional. O setor industrial, voltado às exportações, acumulou musculatura e ficou mais rápido em adotar novos investimentos em qualidade e produtividade.
Havia agora uma demanda por pessoal mais qualificado por conta das novas metodologias de produção.
Seguindo no relógio do tempo chegou o Plano Real.
Após o escancaramento comercial e a adoção do Plano Real, os investimentos na indústria ganharam força no triênio 1995-97. Surge então outro fenômeno no formato industrial: o toyotismo.
O modelo cabia ao trabalhador escolher a melhor forma de executar suas tarefas, é capacitado a qualificar seus deveres e expertises, o trabalho em equipe agora virara moda e as equipes passaram a se auto gerenciar.
Tosos podem supervisionar a todos e o controle em cima da mão de obra passou a ser intensificado.
O “just in time” virou coqueluche conduzindo a uma diminuição acentuada em estoques, a produção era ligada diretamente à linha de pedidos.
(Fonte http://ufrj.br, acesso em 12/141/2014)

Parte Dois

Agora vamos aos números.
Para quem quiser acreditar está aí. Para quem quiser passar por cima use uma peneira para enxergar o Sol.
O emprego na indústria brasileira está levando tombos pelo meio do caminho, queda de 0,7% em setembro de 2014. Detalhe: a sexta queda seguida.
Eu disse sexta ok? (Fonte IBGE). Em relação ao mesmo mês em 2013 a porrada é maior ainda com uma retração de 3,9%, incrivelmente o trigésimo sexto (36º) resultado vermelho seguido nesse tipo de comparação, o mais intenso desde 2009. Repito a fonte é o IBGE podem consultar por lá.
Colado nisso o índice de empregos teve também um tombo de 3,76% e, 2,8% se contarmos o período de janeiro a setembro de 2014.
Se pegarmos setembro de 2013 a massa de trabalhadores encolheu em 13 das 14 localidades pesquisadas e analisadas, correndo na frente o Estado de SP que mais perdeu cravando uma queda de 4,7% motivada pelo desempenho para trás das indústrias dos meios de transporte (- 7,0%), máquinas e equipamentos uma escorregada de -6,1% (negativos) e produtos de metal derrapando com -9,% (negativos)
Fonte (http://br.advfn.com, acesso em 12/11/2014).
Com isso o número de horas trabalhadas e pagas aos trabalhadores foi para trás em 0,2% com relação a agosto, a 5ª (quinta) taxa negativa seguida, acumulando nesse tempo perda de 3,3%.
O partido da situação acha que o céu está cor de rosa.
Vai mais.
Em comparação com setembro do ano passado, o número de horas pagas pisou na casca da banana e caíram 4,2% o que acompanha a queda proporcional mencionada acima dos diversos setores, máquinas, equipamentos etc.
A folha de pagamento real dos homens e mulheres pegando no batente recuou 1,3% frente ao mês anterior. “Verifica-se a influência negativa da indústria de transformação (-1,5%), já que o setor extrativo mostrou avanço de 3,2%. Na comparação trimestre contra trimestre anterior, o valor da folha de pagamento real recuou 3,9%.” Fonte (http://br.advfn.com, acesso em 12/11/2014 e g1.com.br, acesso em 12/11/2014)
Em comparação com o mês do ano anterior, os salários caíram 3,5%, a 4ª (quarta) taxa negativa a mais intensa desde novembro de 2013.

Produtividade

O Brasil ocupa o 39º posto no ranking internacional de competividade. Diz a Fiesp com base em dados de 43 países. O Brasil está quase segurando a lanterna faltando pouco para ocupar o último lugar.
O índice exibe os principais avanços e impedimentos ao crescimento da competitividade brasileira e faz uma escala em quatro parâmetros: elevada, satisfatória, média e baixa.
O Brasil, claro, segundo a Fiesp está no grau mais vergonhoso carregando outra lanterninha.
“Os países que mais ganharam competitividade foram Cingapura, Áustria, Hungria e Israel”. “Os Estados Unidos seguem na liderança”. “Cingapura avançou três posições no ranking, chegando ao 4º lugar, com 72,9 pontos, no grupo de países com competitividade elevada”. “A Áustria também subiu três posições, passando a 60,7 pontos, na 14ª colocação, ficando no grupo de competitividade satisfatória”.
“Israel e Hungria ascenderam duas posições”. “A nação do Oriente Médio passou a 66,5 pontos, no 11º lugar, na faixa da competitividade elevada”. “Já o país da Europa Central ficou com 45,6 pontos, na 26ª colocação, no grupo médio”.
"Não são animadoras as perspectivas para melhora do índice em 2014. Até porque não há uma agenda e um conjunto de ações que indiquem um aumento da competitividade brasileira na comparação com a desses outros países. No ano de 2014, provavelmente, nossa situação vai piorar diante dos dados de 2013”. “Mas isso é uma avaliação preliminar, disse José Ricardo Roriz Coelho, diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp”. (Fonte Fiesp, acesso em 12/11/2014).

Inadimplência

A Serasa aponta um terrível crescimento na inadimplência no mês de outubro que, obviamente, é espelho de um momento econômico ruim, dizem os analistas.
O aumento não foi pouco não. Atingiu cavalares 14,2% comparativamente ao mesmo mês do ano passado. Esse aumento em dose para matar leão, segundo os economistas da Serasa, é reflexo do rebuliço que está nossa economia com juros mais altos, inflação fora do teto e elevada. Isso causa danos aos bolsos das famílias que agora deixarão de consumir para saldar “papagaios” da rede bancária ou pagar carnês de lojas de varejo.
“As dívidas não bancárias, que compreendem os cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços puxou a queda mensal, com recuo de 3,7%. Já a inadimplência com os bancos, os títulos protestados e os cheques sem fundos tiveram alta de 0,5%, 10,4% e 4,3%”. (Fonte Serasa em consulta realizada em 12/11/2014)
Bom contra números as discussões do boteco podem ser encerradas.
Quem quer pintar o céu de azul anil e imaginar que está tudo bem, pode aproveitar a oportunidade para começar a crer em bruxas com suas vassouras, fadinhas mágicas, Papai Noel e que nasce a cada segundo no Brasil um político honesto.
A política de Dilma e seus “blue caps” quer abrir estojos de maquiagem para manipular os números e pintar os de cor vermelha com azul cintilante, não sei com qual varinha de condão. A maioria que sabe contar até dez sabe que estamos como aquele cachorro que tenta desviar-se dos carros e caminhões na estrada.
Pode até tentar, mas dependendo do movimento vai mesmo terminar seus dias no asfalto.
Para finalizar.
Repare, público piracicabano, quando estiver passeando de carro nas ruas. Observem quantos imóveis estão disponíveis para aluguel ou venda. Contem quantos são exclusivamente residenciais e quantos eram comerciais.
Há quarteirões com cinco ou seis imóveis para locação ou venda.
A empresa açucareira está com o pires na mão, empresas estão demitindo bastante, vide qualquer visita a sindicatos de classe.
E tem gente ainda enxugando a lavagem cerebral esquerdista dizendo que tudo isso é manipulação da oposição ou complô para abrir um racha no governo.
Se mesmo com esses números ainda couber alguma satisfação e orgulho de alguém que bate palminha para o Governo Federal, desculpem-me a franqueza. Talvez fosse o caso de marcarem consultas com seu oculista de confiança e colocar lentes de aumento.
Alguém ai contesta esses números?
O desafio está lançado.




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